| 'Tá rebocado meu compadre
|
| Como os donos do mundo piraram
|
| Eles já são carrascos e vítimas
|
| Do próprio mecanismo que criaram
|
| O monstro SIST é retado
|
| E tá doido pra transar comigo
|
| E sempre que você dorme de touca
|
| Ele fatura em cima do inimigo
|
| A arapuca está armada
|
| E não adianta de fora protestar
|
| Quando se quer entrar
|
| Num buraco de rato
|
| De rato você tem que transar
|
| Buliram muito com o planeta
|
| E o planeta como um cachorro eu vejo
|
| Se ele já não aguenta mais as pulgas
|
| Se livra delas num sacolejo
|
| Hoje a gente já nem sabe
|
| De que lado estão certos cabeludos
|
| Tipo estereotipado
|
| Se é da direita ou dá traseira
|
| Não se sabe mais lá de que lado
|
| Eu que sou vivo pra cachorro
|
| No que eu estou longe eu 'to perto
|
| Se eu não estiver com Deus, meu filho
|
| Eu estou sempre aqui com o olho aberto
|
| A civilização se tornou complicada
|
| Que ficou tão frágil como um computador
|
| Que se uma criança descobrir
|
| O calcanhar de Aquiles
|
| Com um só palito pára o motor
|
| Tem gente que passa a vida inteira
|
| Travando a inútil luta com os galhos
|
| Sem saber que é lá no tronco
|
| Que está o coringa do baralho
|
| Quando eu compus fiz Ouro de Tolo
|
| Uns imbecis me chamaram de profeta do apocalipse
|
| Mas eles só vão entender o que eu falei
|
| No esperado dia do eclipse
|
| Acredite que eu não tenho nada a ver
|
| Com a linha evolutiva da Música Popular Brasileira
|
| A única linha que eu conheça
|
| É a linha de empinar uma bandeira
|
| Eu já passei por todas as religiões
|
| Filosofias, políticas e lutas
|
| Aos onze anos de idade eu já desconfiava
|
| Da verdade absoluta
|
| Raul Seixas e Raulzito
|
| Sempre foram o mesmo homem
|
| Mas pra aprender o jogo dos ratos
|
| Transou com Deus e com o lobisomem |