| Antigamente que a velha Chica
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| Vendia cola e gengibre
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| Antigamente que a velha Chica
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| Vendia cola e gengibre
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| E lá pela tarde, ela lavava
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| A roupa de um patrão importante
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| E lá pela tarde, ela lavava
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| A roupa de um patrão importante
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| E nós os miúdos lá da escola,
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| Perguntávamos a vovó Chica
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| Qual era a razão daquela pobreza,
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| Daquele nosso sofrimento
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| Qual era a razão daquela pobreza,
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| Daquele nosso sofrimento
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| Xê menino, xê menino não fala política,
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| Não fala política, não fala política
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| Xê menino não fala política,
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| Não fala política, não fala política
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| Mas a velha Chica,
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| Embrulhada nos pensamentos
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| Ela sabia, mas não dizia
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| A razão daquele sofrimento
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| A razão daquele sofrimento
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| Xê menino, xê menino não fala política,
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| Não fala política, não fala política
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| Xê menino não fala política,
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| Não fala política, não fala política
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| E o tempo passou,
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| E a velha chica,
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| Só mais velha ficou
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| Ela somente fez uma cubata…
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| Com tecto de zinco,
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| Com tecto de zinco…
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| Xê menino, xê menino não fala política,
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| Não fala política, não fala política
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| Xê menino não fala política,
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| Não fala política, não fala política
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| Mas quem vê agora o rosto
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| Daquela senhora, daquela senhora
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| Só vê as rugas do sofrimento,
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| Do sofrimento, do sofrimento
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| E ela agora só diz…
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| Xê, menino quando eu morrer,
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| Quero ver Angola em paz
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| Quero ver Angola em paz…
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| Xê, menino quando eu morrer
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| Quero ver Angola e o mundo em paz. |