Lyrics of Kalmia Latifolia - A286, Lauren

Kalmia Latifolia - A286, Lauren
Song information On this page you can find the lyrics of the song Kalmia Latifolia, artist - A286
Date of issue: 14.11.2018
Song language: Portuguese

Kalmia Latifolia

(original)
Agora não há mais o que fazer
Definitivamente acabou
A esperança de um dia mudar e voltar a ser
Como quando tudo começou
Quem vai entender meus motivos?
O por quê guardei tudo pra mim?
Como sustentaria meu filho?
A maquiagem esconde e os cortes
Nem foi tão fundo assim
Pra quem vê de fora é fácil condenar:
«era só separar»
Sem o pai dos seus filhos, doente e possessivo
Ameaçando te matar e se matar
Descrevendo seus passos, sua roupa
E seus atos em mensagem por celular
Cego, obcecado, fantasiando caso
Te perseguindo e vigiando trabalhar
E você dividida
Refém, entre a paixão e o rancor
Uma vida de foragida ou resgatar a família
Que tanto sonhou e sempre amou?
Pra quem vê de fora é fácil, eu sei
Também cansei de julgar
Na equívoca convicção: «Só acontece com os outros»
Sem nunca se pôr no lugar
Só acontece com os outros mesmo
Mas agora os outros é você
No deserto do lar sob chuva de soco
Sem sucesso tentando se proteger
«Essa foi a última vez
Vou fugir e denuncio o covarde»
Desde o primeiro murro que minto pra mim:
«Agora acabou de verdade»
Até a cena de praxe das lágrimas
Convincente em sua declarações
E eu como sempre vencida pelo presente
Uma rosa e um bilhete com mil perdões
Pra nem uma semana depois
Ver a metamorfose das frases
E as declarações vir em sequência
De bica, paulada e o afundamento da face
Me perdoa, mãe
Omiti pra te não ver chorar
Das mentiras às contradições
Só tiveram a intenção de te poupar
Não precisa esperar eu pra dormir
Descobri que o amor também mata
Hoje o Romeu não trouxe flor
E eu não volto pra casa
Da religião à cultura esportiva
Da educação à pornografia
A conduta não se justifica ao que aprende
Mas ao que ensina
O ambiente constrói hábitos
Que aparentam autorizar tal comportamento
Contribuindo com a ação abusiva
Que a alma traumatiza e causa sangramento
A não submissão à tortura, aos maus tratos
Da porta pra dentro
Ainda é um sonho não sonhado
A razão não tem gênero, mas em diversos lares
Da nossa sociedade evoluída
Ainda se preserva o único direito:
Apanhar em silêncio
Com incontáveis hematomas no corpo
Impossibilitando trabalhar
Sem coragem de se olhar no espelho
Nem de denunciar
Sem desculpa dessa vez
A saída foi o total confinamento
Já que o olho roxo semana passada
Já foi a que escorregou lavando o banheiro
É o moderno romantismo medieval
Que só entende
Quem não entende o que te prende
À essa dependência sentimental
Se questionando incansavelmente
Por quê tem que ser assim?
E quanto mais se despreza
Mais sente falta e mais nojo sente de si
Estrelando a contraditória
Epopeia das pétalas esquecidas
Que traz como protagonista do cuspe na cara
Ao mesmo que te proporcionou
Os melhores dias de vida
A expressão angelical
Sem aparente sinal vital
Descreve a eficiência da justiça
Com um projétil na nuca, trazendo na bolsa
A folha da medida protetiva
Avisa o oficial
Que já não há mais o que depor, na moral
Que nossas leis representam
Um avanço significativo
Só no campo conceitual
Que aqui os números assustam a opinião pública
Mas não estimulam ação
Comprovando que o problema é cultural
Não de legislação
E a incógnita que desafia a psiquiatria continua sem resposta…
Hoje não precisa esperar ela pra dormir
Só não esquece o caixão cor de rosa
(translation)
Now there's nothing else to do
It's definitely over
The hope of one day to change and become again
like when it all started
Who will understand my motives?
Why did I keep everything to myself?
How would I support my child?
The makeup hides and the cuts
It wasn't that deep
For those who see it from the outside, it is easy to condemn:
"it was just separating"
Without your children's father, sick and possessive
Threatening to kill you and kill yourself
Describing your steps, your clothes
And your acts in cell phone message
Blind, obsessed, fantasizing case
chasing you and watching you work
And you divided
Hostage, between passion and rancor
A life of on the run or rescuing the family
That you dreamed so much and always loved?
For those who see it from the outside, it's easy, I know
I'm also tired of judging
In the equivocal conviction: «It only happens to others»
Without ever putting yourself in place
It only happens to the other people
But now the others are you
In the home desert under pounding rain
Unsuccessfully trying to protect yourself
"That was the last time
I'll run away and denounce the coward»
Since the first punch I've been lying to myself:
«Now it's really over»
Until the usual scene of tears
Convincing in its statements
And I as always defeated by the present
A rose and a note with a thousand pardons
Not even a week later
See the metamorphosis of the sentences
And the statements come in sequence
Beak, stick and the face sinking
forgive me, mother
I omitted to not see you cry
From lies to contradictions
They only intended to save you
You don't have to wait for me to sleep
I discovered that love also kills
Today Romeo didn't bring flowers
And I don't come home
From religion to sports culture
From education to pornography
The conduct is not justified by what it learns
But what does it teach
The environment builds habits
That appear to authorize such behavior
Contributing to abusive action
That the soul traumatizes and causes bleeding
Non-submission to torture, ill-treatment
From the door in
It's still an undreamed dream
Reason has no gender, but in several homes
Of our evolved society
The only right is still preserved:
Pick up silently
With countless bruises on the body
making it impossible to work
Without the courage to look in the mirror
Not to report
no excuse this time
The exit was total confinement
Since the black eye last week
It was the one who slipped washing the bathroom
It's modern medieval romanticism
that only understands
Who doesn't understand what holds you back
To this sentimental dependence
Tirelessly questioning yourself
Why must it be this way?
And the more you despise
The more you miss and the more disgust you feel about yourself
Starring the contradiction
Epic of the Forgotten Petals
Which brings as the protagonist of the spit in the face
While it provided you
The best days of life
The angelic expression
No apparent vital sign
Describes the efficiency of justice
With a projectile in the back of the head, bringing it in the bag
The protective measure sheet
Notify the official
That there is nothing more to testify, in the moral
That our laws represent
A significant advance
Only in the conceptual field
That the numbers here scare public opinion
But do not encourage action
Proving that the problem is cultural
No of legislation
And the unknown that challenges psychiatry remains unanswered...
Today you don't have to wait for her to sleep
Just don't forget the pink coffin
Translation rating: 5/5 | Votes: 1

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