Song information On this page you can find the lyrics of the song Biromes Y Servilletas Papel, artist - Milton Nascimento. Album song Milton Nascimento - Original Album Series, in the genre Латиноамериканская музыка
Date of issue: 03.02.2013
Record label: Warner Music Brazil
Song language: Portuguese
Biromes Y Servilletas Papel(original) |
Na minha cidade tem poetas, poetas |
Que chegam sem tambores nem trombetas |
Trombetas e sempre aparecem quando |
Menos aguardados, guardados, guardados |
Entre livros e sapatos, em baús empoeirados |
Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares |
Onde vivem com seus pares, seus pares |
Seus pares e convivem com fantasmas |
Multicores de cores, de cores |
Que te pintam as olheiras |
E te pedem que não chores |
Suas ilusões são repartidas, partidas |
Partidas entre mortos e feridas, feridas |
Feridas mas resistem com palavras |
Confundidas, fundidas, fundidas |
Ao seu triste passo lento |
Pelas ruas e avenidas |
Não desejam glórias nem medalhas, medalhas |
Medalhas, se contentam |
Com migalhas, migalhas, migalhas |
De canções e brincadeiras com seus |
Versos dispersos, dispersos |
Obcecados pela busca de tesouros submersos |
Fazem quatrocentos mil projetos |
Projetos, projetos, que jamais são |
Alcançados, cansados, cansados nada disso |
Importa enquanto eles escrevem, escrevem |
Escrevem o que sabem que não sabem |
E o que dizem que não devem |
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas |
Como se fossem cometas, cometas, cometas |
Num estranho céu de estrelas idiotas |
E outras e outras |
Cujo brilho sem barulho |
Veste suas caudas tortas |
Na minha cidade tem canetas, canetas, canetas |
Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares |
De palavras retrocedendo-se confusas, confusas |
Confusas, em delgados guardanapos |
Feito moscas inconclusas |
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo |
Que eles vêem nos vão dizendo, dizendo |
E sendo eles poetas de verdade |
Enquanto espiam e piram e piram |
Não se cansam de falar |
Do que eles juram que não viram |
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas |
Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas |
Lançadas ao espaço e ao mundo inteiro |
Inteiro, inteiro, fossem vendo pra |
Depois voltar pro Rio de Janeiro |
(translation) |
In my city there are poets, poets |
That arrive without drums or trumpets |
Trumpets and always appear when |
Less expected, saved, saved |
Between books and shoes, in dusty chests |
They come out of hidden places, in the air, in the air |
Where they live with their peers, their peers |
Your peers and live with ghosts |
Multicolors of colors, of colors |
That paint your dark circles |
And they ask you not to cry |
Your illusions are shared, broken |
Departures between dead and wounded, wounds |
Wounds but resist with words |
Confused, Fused, Fused |
At your sad slow step |
Through the streets and avenues |
They don't want glories or medals, medals |
Medals, satisfied |
With crumbs, crumbs, crumbs |
From songs and plays with their |
Scattered, Scattered Verses |
Obsessed with the search for submerged treasures |
They make four hundred thousand projects |
Projects, projects, that are never |
Reached, tired, tired none of that |
Matter as they write, write |
They write what they know they don't know |
And what they say they shouldn't |
Poets, poets, poets walk the streets |
As if they were comets, comets, comets |
In a strange sky of idiotic stars |
And other and other |
Whose shine without noise |
Wear your crooked tails |
In my city there are pens, pens, pens |
Fading away in thousands, thousands, thousands |
From words going backwards confused, confused |
Confused, on thin napkins |
Made unfinished flies |
They walk the streets writing and seeing and seeing |
That they see are telling us, saying |
And being they real poets |
While they spy and crave and crave |
They don't get tired of talking |
What they swear they didn't see |
These poets, poets, poets look to the sky |
As if they were spectacles, spectacles, lunatics |
Released to space and the whole world |
Whole, whole, they were looking to |
Then return to Rio de Janeiro |